Julho 26, 2017
O golpe perpetrado por Michel Temer, Eliseu Padilha e Moreira Franco contra Dilma Rousseff terá impacto dramático num setor da economia essencial à integração nacional, com consequências de longo prazo que serão sentidas por milhões de brasileiros, denuncia Rangel Alves, diretor do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (SINA).
O debate sobre o assunto talvez tenha ficado submerso à esquerda porque a origem do desastre se deu no governo Dilma, que promoveu as primeiras grandes privatizações do setor — “concessões”, enfatizavam petistas à época: os aeroportos de Guarulhos, Campinas, Confins, Brasília e o Galeão, no Rio de Janeiro. As chamadas “joias da coroa”, altamente lucrativas, foram entregues a grandes grupos econômicos, muitos dos quais ligados ao capital internacional, com a justificativa de que um Fundo Nacional da Aviação Civil receberia as receitas, destinadas à manutenção e expansão da malha aeroviária.
Seriam, nos planos do governo deposto, até 800 aeroportos regionais atendendo a cidades de 100 mil habitantes ou mais. Com isso, justificou-se o desmanche da Infraero, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, criada em 1973. A empresa tem mais de 10 mil funcionários. No passado, a Infraero sempre trabalhou com a ideia do subsídio cruzado: o lucro obtido nos aeroportos mais rentáveis sustentava a manutenção dos deficitários.
O argumento para desmontar esta lógica é de que a Infraero não seria capaz de gerar dinheiro suficiente para todos os investimentos necessários no setor. Segundo Rangel, o projeto de Dilma foi golpeado junto com a mandatária. Hoje, o dirigente sindical se pergunta onde foi parar o dinheiro obtido com a entrega das “joias da coroa”. Suspeita que foi usado para reforçar o caixa do governo no momento em que Temer precisava pagar pelo golpe. Enquanto isso, as tarifas nos aeroportos dispararam — do preço escandaloso do estacionamento em Guarulhos ao cafezinho que custa uma refeição em Brasília.
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